Recomeço

Restaurante Seu Antônio, em Niterói, reabre com saudade no cardápio

Funcionários retomaram o trabalho após a morte do fundador

O estabelecimento reabriu as portas às 11h30 na manhã desta terça-feira (14)
O estabelecimento reabriu as portas às 11h30 na manhã desta terça-feira (14) |  Foto: Péricles Cutrim

Após a morte do empresário Antônio de Azevedo Alves, conhecido como Seu Antônio, o restaurante, localizado na Rua Doutor Heleno de Gregório, no Cafubá, Região Oceânica de Niterói, abriu as portas nesta terça-feira (14) servindo saudades. Marcus Padilha da Silva, de 72 anos, é um dos clientes mais antigos do estabelecimento. Ele garantiu que Seu Antônio era mais que um comerciante: um amigo.

“Isso aqui é uma família. Seu Antônio era uma pessoa muito querida por sua dedicação. Além de eu ser um cliente, eu tenho amigos aqui. A gente fica muito triste. O pessoal do restaurante me ligou no dia e me comunicou do falecimento. A gente fica muito triste com a perda. O que se destacava muito nele era a cultura. Isso nos faz gostar ainda mais do restaurante”, contou.

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O chef de cozinha Manuel Nascimento de Nóbrega, conhecido como Nascimento, de 59 anos, é o funcionário mais antigo do restaurante. Segundo ele, Seu Antônio era mais que um patrão.

O chef Nascimento lembrou do patrão com carinho
O chef Nascimento lembrou do patrão com carinho |  Foto: Péricles Cutrim

"Antes de ele ser patrão, era um amigo. Quando eu chegava aqui de manhã, ele já estava no restaurante. Ele já estava com o fogão aceso e com o café pronto. Se o funcionário tivesse com algum problema pessoal, ele perguntava e falava que iria ajudar, tentava fazer tudo para resolver. Ele era amigo demais. Aconselhava e dava bronca na hora certa. Eu não tenho nem palavras para dizer o que ele representa para nós. Ele deixou um  legado e saudade”, disse.

Natural de Portugal, Seu Antônio saiu de Trás-os-Montes. Ele desembarcou no cais da Praça Mauá em março de 1958. Inicialmente, trabalhou em um botequim no Centro do Rio mas, pouco tempo depois, abriu sua primeira lanchonete, chamada Ibéria, na Praça do Rink. 

Em 1964, abriu um botequim em Santa Rosa, na Zona Sul de Niterói. Dez anos depois, teve outros dois estabelecimentos em São Lourenço, na Zona Norte do município. 

Em 1978, o comerciante fechou seus estabelecimentos, após ser baleado no peito em um assalto. Após se recuperar, ele e a esposa se mudaram para o Cafubá, onde abriu um espaço com uma pequena quitanda na frente e uma pensão nos fundos, que servia trabalhadores da construção civil. Anos mais tarde, o local se tornaria o Restaurante Seu Antônio e o Bar da Fila, um dos mais tradicionais conjuntos gastronômicos da cidade. Atualmente, o estabelecimento conta com 70 funcionários.

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